Bom, prazer meu nome é Felipe, ajudo o Efraim aqui no blog no que ele tem necessidade e hoje venho trazer um estudo que foi feito a pedido do mesmo para um grupo no WhatsApp, em que eu senti vontade de compartilhar tal estudo com vocês. Para conferirem o estudo so clicarem no "leia mais".
Arrependimento
Lucas 5:31-32 : Jesus lhes respondeu: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento".
Ao vermos tais palavras de Jesus durante seus ensinamentos e milagres na
Galileia (Mt 4;31—6;11), vemos o
destaque que o grande mestre da ao que ele veio fazer: Chamar pecadores ao
arrependimento! Muito embora haja um grande numero de “conversões” na Igreja
moderna, vemos a doutrina do arrependimento ser pouco pregada, ou pouco
difundida no nosso meio, causando alguns problemas para as Igrejas com as
chamadas “falsas conversões” onde o individuo continua tendo o mesmo tipo de
vida após ser considerado “crente”.
Então o que seria a doutrina do arrependimento? A Confissão de Fé de
Westminster vai dizer:
“I. O arrependimento para a vida é uma graça evangélica, cuja doutrina deve ser tão pregada por todo o ministro do Evangelho como a da fé em Cristo.
At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.
II. Movido pelo reconhecimento e sentimento, não só do perigo, mas também da impureza e odiosidade do pecado como contrários à santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador pelo arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos.
Ezeq. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat. 21:28-29.
III. Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça de Deus em Cristo, contudo, ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém poderá esperar o perdão,
Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.
IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente.
Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,
V. Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados.
Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.
VI. Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados, assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-lo em amor.
Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8.”
Assim também Wayne Grudem em sua Teologia
Sistemática vai dizer:
“O arrependimento é a tristeza de coração pelo pecado, a renuncia ao pecado, e o compromisso sincero de abandona-lo e andar em obediência a Cristo.”
E continua:
“Semelhante a fé o arrependimento é o entendimento intelectual (de que o pecado está errado), a aprovação emocional dos ensinos da Escritura com respeito ao pecado (tristeza pelo pecado e ódio a ele), e a decisão pessoal de abandona-lo (a renuncia ao pecado e decisão voluntaria de deixa-lo e em vez disso levar uma vida de obediência a Cristo.”
Como podemos ver nas palavras da Confissão de Fé de
Westminster assim como nas palavras do Teólogo Wayne Grudem o arrependimento
basicamente se da nos seguintes passos:
- Reconhecimento do pecado (através da obra do Espirito Santo Jo 16:8-11).
- Sentimento de tristeza e odiosidade ao pecado como contrario a santa natureza divina (Ezeq. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:9,10; ).
- Decisão convicta de abandonar o pecado [Conforme o guiar de Deus]( Fp 2:13 ; Sal. 119:6; At 26: 18; 1 Rs:47,48;)
- Assim como uma vontade de levar uma vida de obediência a Cristo, sempre se arrependendo dos seus pecados diariamente (Sal. 119:6, 59, 106; Rm 6:17,18; Mt 6:12; Ap 3:19; Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15; Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9;)
Dualidade: Arrependimento x Remorso
Conforme vimos acima a definição do que é o verdadeiro arrependimento, encontramos um “link” com aquilo que foi falado na introdução do texto sobre “falsas conversões”, o que podemos acreditar que seja o principal culpado dessas “falsas conversões” ? acho que fica bem evidente no texto de 2 Co 7: 9,10:
“Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte.”.
O que tem acontecido
nas igrejas atuais é o seguinte, muitos tem tido apenas um remorso pelos seus
pecados e não um arrependimento de fato para a vida, como podemos ver na
definição de remorso:
“Remorso é uma espécie de falso arrependimento, sendo que a pessoa não pensa no dano causado a outra pessoa, e se auto castiga com o único objetivo de não sofrer um castigo pior por causa da sua má ação.”
Ou como o Blogueiro Fernando Heitor do Gospel Prime
vai dizer:
“O remorso desestrutura o emocional da pessoa que, geralmente, busca saídas aparentemente "mais fáceis" para suportar o peso da culpa.”
Ou como o grande Pastor Presbiteriano Hernandes Dias
Lopes vai afirmar:
"O arrependimento é tristeza segundo Deus, o remorso tristeza segundo o mundo. O arrependimento produz vida, o remorso desemboca na morte. O arrependimento nos leva ao perdão, o remorso nos cobre de culpa. O arrependimento atinge a razão, a emoção e a vontade, o remorso embora afere a razão e a emoção, não alcança a vontade. O arrependimento é obra da graça para a salvação, o remorso é ação do maligno para condenação".
Como exemplo na diferença entre remorso e arrependimento temos a vida de Judas que só teve remorso (Mt 27:3-5) e Pedro que teve um arrependimento (Mt 26:69-75).
Quem opera em nós o verdadeiro arrependimento?
O arrependimento verdadeiro, é uma obra única e puramente de Deus no ser humano (At 11:18), visto que: É Deus quem da o reconhecimento do pecado (Jo 16:8-11)*; provocando em nós um sentimento de tristeza e pelo pecado [Como já afirmado acima]( 2 Co 7:9,10), e opera em nós a vontade de largar o pecado (Fp 2:13) e è através do trabalho do próprio Deus (*) em nossas vidas que vivemos uma vida de renuncia ao pecado e obediência a Cristo ( Rm 8:1-11; Gl 5:22-25).
*Levando em conta que o Espírito Santo é plenamente
Deus, sendo assim considerado como a terceira pessoa da Trindade.
Aplicações pessoais
Na sua Teologia Sistemática Wayne Grudem ao final de cada capítulo deixa as chamadas “perguntas para aplicação pessoal”, por gostar dessa ideia trago algumas perguntas feitas por ele no livro, e outras criadas por mim ao fazer este breve estudo:
- Você acha que atualmente tem se pregado constantemente na sua igreja sobre o arrependimento verdadeiro? E você? Tem pregado sobre o arrependimento ao falar do evangelho?
- Você verdadeiramente se arrependeu dos seus pecados, ou simplesmente sentiu um remorso por eles?
- Você tem vivido uma vida de constante arrependimento dos seus pecado e de obediência fiel e sincera a Cristo?
0 comentários:
Postar um comentário